quinta-feira, maio 29, 2008

Congresso TransIbérico de Educação Artística - aio de 2008 em BEJA









nos dias 22, 23 e 24 de Maio, Educadores, investigadores e alunos de Educação Artística de vários países latinos, de Portugal e Espanha reuniram-se na ESE de BEJA para compartilharem esxperiências de significado.
afinal há esperança no ar
também há redifinição de abordagens, visões múltiplas e multiplicadoras, reacções e encontros.
Estamos num universo multidimensional, a lingua oficial foi o portinhol ou o espanholês, mas todos nos fomos entendendo, estabelecendo coreografias de reflexão.
A Educação Artística abre uma nova agenda para o futuro, requestiona-se. Os modelos anteriores já não são estanques, nem oferecem seguranças ilusórias, as técnicas, antes formatadas, já não servem para educar hoje e agora. Hoje os professores já não são os detentores dos conhecimentos (por mais que essa plataforma continue activada em nossas consciências e atitudes escolares), mas participantes activos na investigação de novos saberes, aqueles que, no nosso quotidiano nos desafiam e nos apelam a novas compreensões. Movediços caminhos, mas fascinantes porque partilhados.
reconheci-me de novo neste lugar abraçando de fronteiras, transformando links.
acredito, cada vez mais, que a Educação Artística está trazendo novidades para o universo educativo, senão porque continua a ser sujeita a alheamento por parte do Ministério da Educação?
o receio traz o controlo e a necessidade de banalizar esta área...
mas creio, que mais cedo ou mais tarde, as expressões e a compreensão, exigirão uma evolução significativam para a educação em geral.
esse deve ser o nosso contributo.
Por muito caminho que ainda falte caminhar.
Foi assim no passado, é assim no presente, será melhor no futuro.
tanta gente nova...
tanta vivacidade!
tanto rigor e tanto trabalho estão colocando novos enfoques para a educação, alhearmo-nos disso, paralelamente ao que se passa nas escolas, é fingir que tudo vai bem.
Do Brasil tantos territórios e experiências pedagógicas-educadoras com o compromisso de fazer mundos melhores;
De Espanha o rigor e a activação dos sentidos multiplos e significantes fazendo parar a respiração;
De Portugal a capacidade criadora de gerir e fomentar um encontro tão grande e tão especial, o trabalho efectivo de criar derrubes fronteiriços, quer geográficos, quer contextuais, quer linguísticos.
voltarei a falar sobre o que se passou mais tarde...


terça-feira, maio 20, 2008

Spider’s web - by Katie MeLua


...gosto da música alta quando viajo no meu carro...


Katie Melua

Spider’s web


If a black man is racist, is it okay

When it’s the white man’s racism that made him that way
Because the bully’s the victim they say
By some sense they’re all the same

Because the line between

Wrong and right
Is the width of a thread
From a spider’s web
The piano keys are black and white
But they sound like a million colours in your mind

I could tell you to go to war
Or i could march for peace and fighting no more
How do i know which is right
And i hope he does when he sends you to fight

Because the line between wrong and right

Is the width of a thread from a spider’s web

The piano keys are black and white
But they sound like a million colours in your mind

Should we act on a blame
Or should we chase the moments away
Should we live
Should we give
Remember forever the guns and the feathers in time

Because the line between wrong and right
Is the width of a thread from a spider’s web

The piano keys are black and white
But they sound like a million colours in your mind
The piano keys are black and white
But they sound like a million colours in your mind

But they sound like a million colours in your mind

quinta-feira, maio 15, 2008

a vida tem destas coisas...

"(...) A evolução dos graus de consciência do modo como é descrita por Friedrich Nietzsche, em seu livro Assim Falou Zarathustra.
Ele fala dos três níveis: Camelo, Leão e Criança.
O camelo é sonolento, entediado, satisfeito consigo mesmo. Vive iludido julgando-se o cume de uma montanha, mas, na verdade, preocupa-se tanto com a opinião dos outros que quase não tem energia própria.

Emergindo do camelo, aparece o leão.
Quando nos damos conta de que temos estado abrindo mão da oportunidade de viver realmente a vida, passamos a dizer "não" às demandas dos outros. Nós nos apartamos da multidão, solitários e orgulhosos, rugindo a nossa verdade.

A coisa, porém, não acaba por aí.
Finalmente, emerge a criança, nem submissa nem rebelde, mas inocente e espontânea, fiel ao seu próprio ser.
Qualquer que seja a posição em que você se encontre neste momento -- sonolento e abatido, ou desafiador e rebelde -- tenha consciência de que isso evoluirá para alguma coisa nova, se você permitir."

chove, a cântaros, lá fora...e é Maio

às amigas (e aos amigos) que chovem
lá fora
com o mundo inteiro a derreter-se nas entranhas do coração


tivémos tempo para amar como quem a credita que é para sempre
isso foi bom

acreditámos que o nosso corpo era um extensão de nós próprias,
incubadoras de sonhos e geradoras de filhos
uma dádiva
oferecida generosamente a quem nos fazia sentir únicas no universo.

isso não existe.
até nós nos multiplicamos.
sabemos agora
saber doi mais que a mentira
mas a mentira doi a dobrar quando se sabe.
está tudo no saber.
e no sabor amargo da verdade escondida.

e depois temos de voltar ao ínicio
sempre
um sempre que é, esse sim, o "para sempre"
é que somos verdadeiramente apenas e só,
geradoras de nós próprias primeiro
e extensões do nosso corpo segundo.

e porque nos habituámos apenas a olhar este corpo segundo
é assim que nos veem
quando afinal só é necessário
confiar
(não nesses outros olhos sempre alheios, que não são os nossos, são alheios)
que somos geradoras de nós próprias.
únicas
no universo!

e é o mundo que se chora a si lá fora
porque sabe...

beijos de graça
graça

sexta-feira, maio 09, 2008

"Começando pelo princípio, que é por onde se devem começar as coisas, a culpa não foi minha.

António Lobo Antunes
"Terceiro Livro de Crónicas"
Dom Quixote
"quero uma paz imensa, agora."




quinta-feira, maio 08, 2008

Homem LIVRE este Homem LIVRE

Redondo Vocábulo
Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos

Polpas seus cabelos
Resíduos de lar,
Pelos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio,
Congregando farpas
Chamando o telefone

Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança,
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincando
e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa.

Zeca Afonso

frase

"A vida encolhe ou expande-se conforme a coragem de cada um"
Anaïs Nin

quarta-feira, maio 07, 2008

frase

Bruno Munari:

“Se não há solução para um problema,

então não é um problema”

:-)

sábado, maio 03, 2008

o fio do acaso

“O mundo cheio de amabilidades e promessas das vidas normais. Dentro dos carros as pessoas a quem aqueles anúncios se destinavam passavam a correr, entre a casa própria e o emprego óptimo, os planos de férias de verão e o cheiro dos estofos do carro novo e a prestações. As vidas normais nunca se sentem vidas de privilégio e são tuteladas pelo medo de morrer sem conseguir tudo o que se deseja. Tuteladas pelas cautelas e as humilhações e autorizações que garantem o funcionário cumpridor, o chefe de família, a esposa exemplar, o filho diligente. Que garantem as amantes sem amor, os militantes trémulos, os tiranos de escritório, os sonhadores sonâmbulos. Peixes em cardume no aquário da cidade, devorando-se uns aos outros, nadando em grupo, em banda, todos para o mesmo lado, com medo de perder o empréstimo, o patrão, o carro, a camisola, a saúde, a promoção do dia. Vidas normais. Vidas transmitidas em diferido, amarradas por cordas de solidão e mágoa, evitando o fio do acaso, a queda sem rede, o castigo de Deus, a ira dos homens.”

Clara Ferreira Alves
in “A Pluma caprichosa I” crónicas Publicações D. Quixote, 2001, Lisboa, Portugal.

quinta-feira, maio 01, 2008

...do 25 de ABRIL ao 1º de MAIO...diz este azul ao vermelho:


Matilde Marçal

Meu Portugal arrancou a Abril um cravo


a Maio uma papoila do campo.


tingiu a terra
e os corpos e os olhos e os vestidos e os lenços e os risos e as lágrimas
de vermelho vivo,
vermelho sangue,
vermelho quente!


Frenético!


Eléctrico!


Incandescente!


Chama!


...que fosse sempre...chama
não me tirem, os véus, a ilusão,
temos uma história
de ir para a guerra
com uma flor na mão
poemas trans-versos
e uma canção.
foi esta a lição!!!
eu não tenho dúvidas
que de batalhas travadas
se nos tire, do corpo, a vida
É vitória! E é nossa!
porque não nos ganham o coração!
por isso que se minta, se engane, se despreze, se ligue à falsidade,
pouco importa.
que me importa?
é sobre-vivência,
é política,
é traição...
é rosa velho
não é
vermelho!
(fala do azul de cor)






"Amargo estilo novo"



"Tudo é fácil quando se está brincando com a flor entre os dedos


quando se olham nos olhos as crianças,


quando se visita no leito o amor convalescente.




É bom ser flor, criança, ou ser doente.


Tudo são terras donde brotam esperanças,


pétalas, tranças,a porta do hospital aberta à nossa frente.

Desde que nasci que todos me enganam,


em casa, na rua, na escola, no emprego, na igreja, no quartel


com fogos de artifício e fatias de pão besuntadas com mel


E o mais grave é que não me enganam com erros nem com falsidades


mas com profundas, autênticas verdades.



E é tudo tão simples quando se rola a flor entre entre os dedos


Os estadistas não sabem,


mas nós, os das flores, para quem os caminhos do sonho não guardam segredos,


sabemos isso e todas as coisas mais que nos livros não cabem."
ANTÓNIO GEDEÃO